segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cinema: Josh Radnor surpreende em sua estreia como diretor

Se você não é um analfabeto digital, a ponto de não saber fazer um download, e curte um pouco de seriados americanos, já deve ter ouvido falar em How I Met your Mother. Para quem vive numa bolha ou passou a última década confinado na casa do BBB , e não tem ideia do que estou dizendo, trata-se da série de comédia mais fodona desde Friends( sim, eu já assisti Two and a Half Man) e com um personagem quase tão mitótico quanto Chandler MURIEL Bing: Barney wait for it Stinson. Mas bem, Barney não é o motivo deste post, e sim seu colega de programa, seu wingman, Ted Mosby, interpretado por Josh Radnor.


Nessa semana, tive a sorte de encontrar Happythankyoumoreplease, filme que Radnor faz nada mais nada menos que atuar, escrever e dirigir. Confesso, a expectativa era que perderia duas horas da minha noite vendo algo tão descartável para minha mente quanto os atores da Malhação são para a Globo. Mas, felizmente, estava totalmente errado.


Happythankyoumoreplease é mais um filme da leva 500 Dias com Ela((não que isso seja ruim, pelo contrário) e, forçando um pouco mais a barra, Ele Não Está Tão a Fim de Você, histórias que o tema principal é a busca da felicidade e do amor com personagens inseguros e com cenários urbanos como plano de fundo. Estilo difícil de não se identificar se você já passou dos 20 e está buscando dar rumo a sua vida.
Com essa temática, Radnor expõe a vida de seis jovens vivendo em Nova York e que anseiam por dias melhores. E faz isso de forma formidável, com cada personagem tendo algo relativamente importante para contar, não sendo meros figurantes dentro de um universo composto apenas por um protagonista e uma bela moça.


Radnor, que vive um escritor frustrado, e que ao encontrar um menino perdido, descobre uma maneira diferente de levar a vida. Principalmente quando começa a sair com uma garota chama Mississipi, interpretada pela deliciosa Kate Mara. Annie (Melin Arekman), sua melhor amiga, que sofre de uma doença que faz seus cabelos cair e esconde seu sofrimento em sorrisos falsos. Além do casal Mary Katherine e Charlie, que possuem sonhos diferentes em meio a uma gravidez.


Todos dão sentindo ao filme e conseguem passar a dramaticidade certa para ou seus personagens, não ficando nada muito forçado. Isso graças ao bom roteiro, que consegue criar diálogos simples e verdadeiros, que por minutos lembram momentos de How I Met Your Mother.


A trilha sonora também ajuda a dar charme ao material de Happythankyou. Batendo, teoricamente, no público alvo do filme, os moderninhos, Radnor abusa de canções indie´s para moldar suas cenas. E querendo ou não admitir, as melodias encaixam de uma forma perfeita em cada momento. Como My Friend And The Ink On His Fingers, do Shout Out Louds, nos créditos iniciais, ou na música When they Fight they Fight, do Generationals. Bandas que se você não conhece, deve ir atrás.  


Se você era fã de Ted Mosby, esse já é um bom motivo para assistir o movie. Mas se você não está nem aí para esse cabron, e quer apenas ver uma boa película, que te fará acreditar que a felicidade realmente é possível, nem que seja no cinema, vale a pena conferir Happythankyoumoreplease.


E palmas para Josh Radnor, que na sua estreia como diretor revela um talento incomum para criar histórias leves e bem contadas, algo que não esperamos de qualquer ator. Quando ele tiver uma folguinha do HIMYM, não seria nenhum desperdício de tempo investir em novos trabalhos por trás das câmeras.


Por Leonardo Serafim

0 comentários: