Por Bruno França
Bom dia, boa tarde e boa noite a todos. Nesse post mais que especial, a primeira entrevista do nosso blog, dentro do especial Rock Alternativo Nacional, com a banda Curitibana, Sabonetes, revelação do rock nacional em 2010, com o seu disco de estréia, espero que gostem.
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WRnR – Para começar, uma pergunta clichê, que vocês devem estar cansados de responder, mas para os fãs é muito legal. Como a banda foi criada, e como vocês se conheceram? Até a formação atual.
SABONETES – A banda surgiu no início de 2004, em Curitiba, no centro acadêmico de comunicação social da UFPR. A idéia partiu de Caja (batera) e Wonder (guita), que já se conheciam desde o colégio. Encontraram por lá o Salim, que foi o primeiro baixista. Logo depois entrou o Artur (guita e voz). O que era uma brincadeira de faculdade foi virando coisa séria. Apos a saída do Salim, que optou por seguir carreira em comunicação, Rodrigo Lemos assumiu os graves por 6 meses, ajudando nos arranjos e na gravação do disco. Quando Lemos saiu para dar continuidade a seus projetos pessoais, o posto de baixista foi assumido por João Davi, outro musico da cena curitibana. Essa é a formação atual da banda.
WRnR- Nesta sexta-feira, dia 21, vocês fizeram um show cover do Franz Ferdinand. Fica óbvio que é uma influência muito grande para vocês, a semelhança entre as bandas vem daí ou esse rock dançante fluiu normalmente?
SABONETES -Franz Ferdinand bebe de muitas referencias que nós também bebemos, como Beatles e gang of four. Gostamos de fazer musicas para as pessoas cantarem e dançarem, e acho que esses escoceses também pensam assim. A respeito do show em Curitiba, o bar Slainte Irish Pub pediu-nos que escolhêssemos uma banda nova e animada para fazer uma noite de covers. Escolhemos o Franz porque é divertido de tocar e o púbico gosta. A festa deu tão certo que agora fazemos esse show mensalmente, tocando também as nossas musicas, é claro.
WRnR – Vocês são de Curitiba, capital do Paraná. No geral, o estado é dominado pela música sertaneja, e aversão ao rock, como é lutar contra a maré?
SABONETES – São públicos diferentes. A maioria das cidades tem publico de rock sim, ainda que pequeno, sempre sedento por bons shows. No interior do Paraná a grande maioria prefere sertanejo, pagode, musica eletrônica. Mas o mais legal é quando o sujeito vem e fala “Olha, nem gosto muito de rock, mas a banda de vocês é boa!˜. Já na capital existe uma cultura maior em torno do rock, incluindo bares, casas de show, rádios e comércio.
WRnR - Quais as bandas que mais influenciaram vocês para vir a criar uma?
SABONETES - Bandas boas, são tantas. A musica tem o poder de transmitir sentimentos diretamente para o coração das pessoas. Isso com certeza é determinante para querer montar uma banda.
WRnR - Curiosidade de fã. A mulher da música, “Quando ela tira o vestido”, realmente existe? Haha
SABONETES – Hahahah. É o tipo de pergunta que o artista nunca revela, certo? Não vai ser desta vez.
WRnR – Sempre foi comum ver bandas de Rock com um tecladista. A ausência de um foi por opção ou nunca pensaram no assunto?
SABONETES – Foi por falta de opção. Na época não conhecíamos ninguém que tocasse teclado e estivesse procurando banda. Logo, a sonoridade das nossas musicas foi se formando em volta de guitarras, baixo e bateria. Utilizamos alguns teclados na gravação do disco, é um instrumento fantástico, mas por enquanto não pretendemos incluir mais nenhum musico na banda.
WRnR – Como foi o processo de gravação do primeiro disco, dos primeiros arranjos até o estágio de finalização?
SABONETES – O primeiro disco é uma coletânea dos 5 primeiros anos de banda. Quando decidimos gravar um disco, alugamos uma casa por um ano, ainda em Curitiba, onde montamos um escritório e um estúdio. Lá a gente morava, tocava, ensaiava. Lá foi feita toda a pré-produção do disco, a seleção das musicas, os arranjos. Quando chegamos na toca do bandido para gravar, já estava tudo pronto. Foi chegar e gravar. Trabalhar com o Tomás, nosso produtor, sempre foi bom para nós. Ele fez um excelente trabalho junto à banda.
WRnR - Uma das coisas que mais chama atenção nas canções de vocês são as letras. Como é o processo de composição e como é dividida essa tarefa entre vocês?
SABONETES – As idéias partem de alguém, e tudo é muito discutido, ruminado, experimentado. Todos têm espaço para sugerir, reclamar, criar. A letra é muito importante na musica pop. Você não precisa falar sobre algo novo. Mas precisa falar de uma maneira nova.
WRnR - Normalmente, todas as bandas sonham em assinar contratos com grandes gravadoras. Vocês têm esse objetivo ou isso não influi muito no trabalho final com a ajuda da internet? Tipo se for boa a música, vai acontecer.
SABONETES - “Acontecer” é algo muito relativo. O que é “acontecer”? O que queremos é que nossa musica chegue ao maior numero de pessoas possível. Queremos fazer cada vez mais shows. Existe um grande mercado em torno da musica, e gravadoras não são nada mais que empresas que atuam nesse mercado. Se houver uma proposta interessante, que nos ajude a divulgar melhor nosso trabalho, não vemos problemas em considerar a hipótese. Mas não dá pra chamar isso de objetivo. Mesmo porque as coisas estão cada vez mais difíceis para as gravadoras…
WRnR - Com certeza, irei matar a curiosidade de muita gente, porque Sabonetes?
SABONETES – Não há um motivo real, concreto. Há uma busca por uma nova sonoridade, novas idéias, novas músicas para o rock nacional. Então, por que não um nome diferente de tudo que está por aí?
WRnR – Recentemente a banda se mudou para São Paulo capital, nesse tempo, qual a maior diferença que vocês notaram de morar onde é o centro de tudo no país?
SABONETES - As coisas aqui acontecem muito rápido. Temos mais visibilidade, mais contatos, mais acessos. Foi um passo necessário para continuarmos a viver do nosso sonho.
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