segunda-feira, 7 de março de 2011

WRR Entrevista : Pública

Algum tempo atrás, o WRR entrevistou em comemoração de 1 ano ao ar(no formato antigo) os gaúchos do Pública, em pauta assuntos como o futuro da banda e trabalhos que fizeram sucesso. Espero que gostem.


O último álbum da banda, “Como num filme sem um fim”, foi produzido e gravado em uma chácara, longe das distrações da cidade. Ficar isolado interferiu até que ponto no resultado final do disco?

Interfere tanto na parte musical quanto no próprio som, pois o disco querendo ou não vai soar diferente do que um gravado em um estúdio convencional. Levando em conta também que levaríamos muita mais tempo gravando na cidade, lá é 24 horas de dedicação. O próximo provavelmente será gravado desta mesma maneira!

O disco de estréia da banda, “Polaris” de 2006, trouxe um lado infantil, já bem conhecido da banda. “Como num filme sem um fim” tem uma sonoridade bem diferente, todas as músicas com um lado um pouco sombrio, até canções mais infantis levam esse aspecto. Essa mudança deve-se há que?

Na verdade nunca achei esse lado infantil no polaris. Vejo isso mais no como num filme... acho que as mudanças são todas da maneira mais natural possível. O terceiro disco, por exemplo, vai ter mudanças de sonoridade e de letra por causa da nossa mudança para São Paulo. È muito difícil uma mudança grande dessas na nossa vida não refletir na nossa arte!

O título do último álbum leva o nome da música “Como num filme sem um fim”. Há algo especial nesta música para a banda?

É uma música antiga do Pedro. Lembro que ele me mostrou alguns anos atrás e ela me chamou muito a atenção. Temos varias músicas na gaveta que serão lançadas no tempo certo. Como num filme sem um fim é uma delas. Foi lançada no tempo certo. Uma bela balada, que por ventura se tornou o nome do disco!

Do disco de estréia em 2006, até este ano, depois de prêmios ganhos, álbum novo, abrir para o Franz Ferdinand. Como vocês descreveriam esse período de vida da banda, até o atual momento?

Acho que tudo é um grande aprendizado. Muitos socos na cara, cair, levantar, aprender com os erros, tomar mais murros e seguir em frente. Ser músico não é nada fácil, tem muita coisa atrás desse glamour todo. Só os corajosos e dedicados sobrevivem. A música é um lugar onde os fracos não tem vez! E nós tiramos forças de lugares profundos muitas vezes para seguir nessa batalha. Hoje estamos de bem com a vida, vivemos juntos em uma casa na vila madalena e estamos muito felizes e empolgados com a nossa carreira e com as músicas novas que surgem a cada instante!

Quais são os próximos passos da Pública? Single e clipe novo? Disco novo em 2011?
Vamos lançar dia 04 de julho o clipe de 1996 no centro cultural vergueiro em São Paulo junto ao vivendo do ócio. Depois faremos show e provavelmente gravaremos o nosso próximo disco no final desse ano!

É nítido que vocês têm influência muito grande do Rock Britânico. Aqui no Brasil é chamado de “Rock Alternativo”, que nos últimos anos vem em ascensão muito grande. Vocês acham que esse estilo de música ainda vai ter seu espaço no mainstream?

Claro que somos uma banda muito inspirada no rock inglês de todas as épocas. Mas ultimamente não estamos muito presos a rótulos, não gostamos muito disso. Gosto de dizer que a nossa música é universal, pois tem sempre uma grande canção dentro de um arranjo mais pop ou de algo esquisito. A música e a canção são universais, abrimos as portas a qualquer pessoa que queira ouvir o nosso som.

Hoje em dia a internet é uma ferramenta importante e necessária para as novas bandas, vocês se prendem muito a ela?

Estamos aprendendo aos poucos a ser uma banda mais da internet, por que achamos que é muito válido e talvez a principal ferramenta hoje em dia para uma banda do nosso porte. Vamos ver o que os caminhos nos apontam nesses próximos anos!

A maioria das canções da Pública são escritas pelo Pedro Metz, mas no último disco houve algumas mudanças. Outros integrantes participando mais na composição e nos vocais, como João Amaro (tecladista) faz em “Canção do Exílio”. Na opinião de vocês, o envolvimento e a participação de outros integrantes nos vocais, na composição de músicas, irá aumentar ao decorrer do ganho de experiência da banda também?

Isso é uma questão bem simples dentro da banda. Quem faz a letra normalmente canta. No próximo disco talvez todas sejam cantadas pelo Pedro, por que até agora ninguém chegou com nada escrito. Mas isso também não é uma regra. Vamos dar tempo ao tempo!

Depois de ouvir “Como num filme sem um fim” repetidamente, percebi que a palavra “Filme” do título do disco poderia ter mais sentido. Cada canção faz parecer que é um roteiro de um filme, criando um corpo para uma história, um enredo. Tudo isso surgiu por acaso, ou vocês já tinham uma idéia mais ou menos pronta, antes de entrar em estúdio?

O disco é conceitual por acaso.  A gente tinha um apanhado de músicas, depois que a gente gravou nos demos conta de que as músicas realmente tinham uma ligação bem forte umas com as outras. Gostamos disso!

Para fechar, uma pergunta mais tranqüila, clichê mesmo. Todos os integrantes da banda são naturais de cidades diferentes do Rio Grande do Sul. Como foi o encontro de todos para a formação da banda?

O Pedro conheceu o Amaro na faculdade e assim formou a banda. Depois com o longo dos anos a formação foi mudando. Mas o inicio mesmo foi na faculdade, o resto a música foi a culpada de aproximar!

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