segunda-feira, 18 de abril de 2011

Royal With Cheese :The Sunset Limited - Um blábláblá que vale a pena

É foda como uma madrugada despretensiosa, e mais entediante que assistir a Turma do Didi, pode se transformar da água pro vinho e trazer algo interessante para nós, reles mortais. E foi numa terça-feira dessas, que não se tem absolutamente nada para se ver na televisão, e você fica zapiando de canal, sempre caindo no desfile de langeries do SuperPop ou em um episódio de Two and Half Man que tu já assistiu, que dei a sorte de colocar na HBO quando começava os créditos inicias de um tal de The Sunset Limited.

Minha primeira reação foi de trocar novamente de canal e me contentar com o fascinante documentário A Difícil Reprodução dos Rinocerontes da Malásia(falando sério, sou viciado em Animal Planet), mas quando vi que Tommy Lee Jones e Samuel L Jackson faziam parte do elenco, deixai o controle de lado para ver o filme.

E Meu Deus, que sorte que tive, pois Sunset Limited é uma daqueles achados que é impossível não marcar quem gosta de cinema. Talvez ele não faça diferença para que tenha ereções vendo o Vin Diesel descer o cacete em todo mundo e depois sair cantando pneu em um Camero( não sou um grande fã de Velozes e Furiosos), mas se você tem um gosto um pouco mais apurado, e não acha o Charles Bronson o melhor ator do planeta, Sunset é um filme que vale a pena ser visto.

Ao começar pela sua simplicidade, que consegue prender o espectador do início ao fim. Isso com apenas dois homens em cena, falando sobre a existência de Deus e as suas frustações na vida, durante 90 minutos. Algo que poderia se tornar tão doloroso quanto um chute no saco, mas não. Dá uma dinâmica totalmente foda ao longa. Principalmente pelos diálogos, que são naturais e instigantes. Nada daquelas pregações e mensagens de bons costumes.

O filme é um conflito entre a crença e o ceticismo quanto à existência de uma força maior. Um ex-presidiário, Black(Jackson) salva um professor de filosofia do suicídio e tenta convencê-lo que Deus o enviou para ampará-lo. Porém, White(Jones) está convicto que tal divindade é apenas uma criação do homem, e mesmo que Ele exista, preferiria morrer e “viver” o silêncio e descanso eterno.

No meio a esse impasse, o filme vai revelando mais e mais das características de cada personagem. Samuel L Jackson, mesmo sendo o “enviado de Deus” revela todo seu passado cruel vivido na cadeia até o momento de sua conversão, uma ocasião nada sublime. Um cara errante que mudou de vida e espera agora ajudar os outros. Mas não de uma forma convencional. Já Tommy Lee Jones é alguém calmo e cordial. Alguém que nunca teve amor pela vida e pelas pessoas, e quer apenas ser esquecido.

As atuações de ambos, por sinal, estão simplesmente AWESOME. Dignas de indicação ao C-3PO de ouro, vulgo Oscar. Mas é claro, por se tratar de um Made for TV, não deve receber essas honrarias.

Outro ponto legal do filme são as metáforas, que fazem o espectador criar diferentes visões e interpretações. Talvez eu esteja falando besteira, pois confesso que vi SunSet Limited junto com algumas latas de cerveza. Mas será que White realmente conseguiu se matar e está passando por algum tipo de teste celestial? Se o quarto onde se passa a trama não algum tipo de limbo? Bom , isso só vendo Sunset Limited.

Não quero ficar aqui martelando e falando que o filme é LEGENDARY, apesar de ser,rsrsrs. Caso você tenha ficado com vontade de ver, dá uma conferida na grade de programação da HBO, que ele tá passando toda semana no canal. Se não, o Mr. Google e alguns sites já oferecem o filme de uma maneira totalmente gratuita. Fica a dica!

Por Leonardo Serafim

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